quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Saiu no Caderno Viagem de ZH - 13/09/2011



Chimarrão: eterna companhia

Somos gaúchos e ponto. Isso é o que mais importa. Sempre que viajamos, levamos conosco duas coisas imprescindíveis: a Bandeira do RS (que já tem alguns quilômetros rodados) e, of course, o chimarrão. Ele já nos acompanhou no Chile, na Argentina e no Uruguai. Até aí, tudo bem. Afinal de contas os nossos hermanos gauchos também tomam o seu mate. Mas sempre que estamos andando pelas ruas, invariavelmente, eles nos param para admirar a erva, pois a nossa é mais verde e muito mais saborosa, ao passo que a deles, além de geralmente ser pura folha, é de coloração quase marrom e muito amarga. E pedem para provar. E gostam. Sempre quando estamos embarcando de volta e ainda tem uma sobra da erva, deixamos de presente para alguém e eles ficam felizes da vida com ‘a novidade’.

Mas nossa aventura maior ainda estava por vir. Iríamos para Paris e para Lisboa e era a nossa primeira incursão pela Europa. E a questão: levamos ou não levamos o chimarrão? Levamos. E se nos perguntarem o que é? Temos que explicar. Como eu estudo francês, minha professora me ensinou: c’est un thé chaud pour boir. E lá fomos nós para Paris.

Não nos pararam. Não nos perguntaram nada. Logo depois de chegarmos ao hotel, cansados da viagem, fizemos o nosso chimarrão e saímos a flanar pelas ruas parisienses, com as pessoas nos olhando curiosas. Mas ninguém nos perguntou nada.

Até que fomos visitar o Château De Versailles e tínhamos que passar pelo detector de metais. Pus as bolsas e a mateira na esteira e passei. A senhora me perguntou: Qu’est-ce que c’est? Eu eu respondi: c’est un thé chaud pour boir. E ela: mate? E eu: oui, c’est ça, mate. E ela: oui, c’est bien. C’est bienvenue! E assim entramos no Castelo e depois da longa visita, nos deliciamos com um belo mate, nos jardins.




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