Convidei um amigo de longa data, o Silvestre Klering, lá de São Lourenço do Sul, para escrever sobre a experiência dele como voluntário na Copa do Mundo 2014, sede Porto Alegre. E descobri que ele criou um blogue, em que contou as suas impressões. Pedi autorização para publicar aqui no Do RS, pois acho que, independentemente das críticas que surgiram, especialmente acerca de se trabalhar de graça para a FIFA, instituição com muito dinheiro, a experiência e as lembranças adquiridas em momentos como este são para o resto de nossas vidas.
Então, convido os leitores a conhecer o Diário de um Voluntário, ao mesmo tempo em que transcrevo aqui o post que ele publicou como avaliação final. Obrigada, Silvestre, por colaborar com o Do RS!
13 de julho de 2014 - Último dia de Copa!
Pois a Copa do Mundo 2014 acabou hoje, com a Alemanha sagrando-se tetracampeã.Weltmeister!
Ao longo da competição foi se confirmando que seleção germânica era é mais preparada para conquista desta Copa. Para quem acompanha o futebol europeu, isso era evidente.
Depois do fiasco do Brasil na terça-feira, torci pela Argentina contra a Holanda, pois seria terrível perder para os hermanos a disputa pelo quarto lugar. Afinal perder para Holanda até passaria... E os deuses me ouviram!
Porto Alegre teve o privilégio de receber jogos de tres dos quatro semi finalistas. Só o Brasil não jogou na capital dos gaúchos.
Habituado a participar de atividades voluntárias desde muito jovem, sem holofotes e sem mídia, desta vez foi uma atividade que me proporcionou grande expectativa, plenamente confirmada. E por diversas razões. Talvez a principal é de o nosso País estava sediando um evento para o qual todos os olhos do mundo estavam voltados. E tínhamos que fazer bonito. E fizemos!
Um muchas gracias ou um Danke ou um merci ou um tanks não tem preço, quando um cara com 60 anos de idade tem a oportunidade de atuar como voluntário numa Copa do Mundo no seu País.
E ainda de lambuja a oportunidade de conviver com pessoas dos tão diferentes e tão parecidas. Tão diferentes nos estereótipos convencionais e tão parecidos numa convicção: SERVIR! Discutimos os problemas que afligem a Nação, jogamos conversa fora, trocamos receitas e endereços, nos "selfiamos" em reiteradas oportunidades, formamos grupos no Facebook, confraternizamos... Cada abordagem nos enchia de orgulho.
Os voluntários estavam em todos os pontos estratégicos das cidades-sede, representando os demais brasileiros, com o intuito principal de bem receber os visitantes.
Tive a oportunidade de assistir o congraçamento de povos tão diferentes e tão iguais como argelinos e chilenos, coreanos e argentinos, alemães e nigerianos, holandeses e colombianos, uruguaios e australianos foi outra experiência extraordinária. Se encontrando nas ruas, no estádio, nos bares, nos shoppings, nas festas, pelas esquinas.... Conversando, filosofando, namorando, bebendo, tietando, passeando, assistindo o sol por do Guaíba... Visitando museus, igrejas, prédios públicos, universidades....
Tenho absoluta convicção de que muitos dos estrangeiros que aqui estiveram, ao retornarem aos seus países dirão aos seus amigos que estiveram numa cidade lá perto do sul do mundo e que eles precisam conhecer aquele lugar. Um lugar chamado Porto Alegre.
Desde o primeira etapa do treinamento on-line e durante os treinamentos presenciais fomos induzidos a criar um clima para bem receber os visitantes, tanto estrangeiros, como de cidades interioranas e de outros Estados. Muitas das informações e conhecimentos recebidos durante os treinamentos ficarão para o resto das nossas vidas.
Agradeço ao Ministério dos Esportes e a Prefeitura de Porto Alegre pela oportunidade de praticar os mais nobres dos sentimentos humanos. A Solidariedade!
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