domingo, 25 de dezembro de 2016

Mal da Altitude ou Soroche, como chamam no Peru


Dia desses uma amiga ia para o Peru e me perguntou sobre a questão da altitude. Corri no blog e vi que não tinha escrito nenhum post com as minhas dicas sobre a soroche, mal da montanha (no Chile e Argentina)  ou o mal da altitude. Então lá vai, mesmo depois de alguns anos da minha viagem para lá. Essas dicas eu recebi quando cheguei lá - confesso que estava meio preocupada, mesmo - e tenho repassado - e chamado a atenção - para todos os amigos que me perguntam sobre o Peru.

O que é?

Em resumo, é a falta de oxigênio no organismo devido à altitude. Isso porque quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica, logo o ar fica mais denso e com menos oxigênio (sim, você estudou sobre isso na escola...).

Sintomas:

Cansaço, forte dor de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldade de dormir, sangramento nasal.

O que eu sinto/senti:

Logo que o avião pousou em Cusco (vinha de Lima e o voo durou uma hora), não senti nada de diferente. Minha amiga sentiu-se um pouco tonta e minha irmã também não notou nada de diferente. 

Quando chegamos ao hotel, eu estava me sentindo tonta e minha amiga também, além da falta de ar. Minha irmã foi a que mais demorou a perceber os sintomas.

Logo, tomamos chá de coca para nos recuperarmos. Achamos que nos fez melhorar. Em todos os lugares há chá de coca disponível e de graça para ser tomado. Você ainda pode comprar folhas de coca para mascar, para minimizar os sintomas. Quanto às balas, eu tenho minhas dúvidas se realmente ajudam.

O que nos orientaram:

Quando saímos de Lima, compramos já no aeroporto, a soroche pill, que nada mais é do que cafiaspirina. Ainda no voo, cada uma de nós tomou um comprimido. Talvez por isso a gente tenha demorado um pouco a sentir os efeitos da altitude.

Para comer, no primeiro dia, nada mais do que um caldo de frango, bem simples. Pedimos na pousada mesmo. Foi o nosso almoço. 

Depois, era para ficarmos na pousada, descansando. A nossa guia sugeriu que não saíssemos a caminhar naquele dia, porque as primeiras 24 horas são cruciais na adaptação. Fomos para o quarto, dormimos um pouco, ficamos na internet, organizando fotos, falando com os que aqui ficaram. À noite, comemos algo bem leve na própria pousada e logo fomos dormir. 

Como tinha sobrado soroche pill, tomamos mais um comprimido 8h depois do primeiro. Terminamos a cartela na manhã seguinte, para ter certeza de que tudo iria ficar bem. 

Eu tinha levado o chimarrão, logo, tinha térmica. Pedia na pousada, todas as noites, que fizessem chá de coca para nós. Eu levava para o quarto para que, caso precisássemos, tivéssemos à mão, sem precisar ir até o refeitório ou recepção.

No dia seguinte, acordamos muito bem e saímos para os passeios. Sentimos que era difícil caminhar mais rápido, o que tornou o ritmo da viagem um pouco mais lento. Mas isso não foi prejuízo.

Optamos por fazer a adaptação à altitude de acordo com as orientações que recebemos e concluímos que foi a melhor coisa que fizemos. Aparentemente 'perdemos o primeiro dia em Cusco', mas não tivemos problemas mais graves, como pode efetivamente acontecer.

Uns amigos meus foram para lá logo depois de mim. Passei a eles essas orientações. Eles não seguiram por questões de logística. Quase não aproveitaram a viagem exatamente porque não fizeram uma adaptação adequada. Sentiram fortes dores de cabeça, tontura, náuseas e não aproveitaram os passeios.

Eu ainda tive dois episódios de forte dor de cabeça, sendo um deles acompanhado de náusea. Um no Valle Sagrado, mais precisamente em Pisaq, indo para Águas Calientes, e o segundo em Puno, quando se sobe ainda mais que Cusco. Na volta da Isla Taquille, pedi para o guia o remédio. Ah, apenas para esclarecer, de Cusco até Machu Picchu se desce 1.000m. Então, faça uma boa adaptação em Cusco e depois desfrute do melhor de Machu Picchu.

O pessoal lá está muito bem preparado para receber o turista e atender em casos de mal estar. As pousadas possuem kit de primeiros socorros e os guias sempre têm à disposição medicamento.

Indico, também, que o seu médico de confiança seja consultado antes da viagem para te melhor te orientar. Por fim, contrate um bom seguro-saúde, porque o mal da altitude pode ter graves consequências.

De resto, aproveite sua viagem ao máximo. O Peru surpreende e encanta!

Eu amei visitar esse país! Quero muito voltar!







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