quarta-feira, 31 de maio de 2017

Cinco castelos franceses e um brasileiro


Este post integra mais uma ação chamada de blogagem coletiva, que é quando diversos blogs escrevem sobre um determinado tema. Neste mês de maio, após a votação realizada no grupo do Facebook que agrega vários blogs de viagem, o tema foi definido como sendo Museus pelo Mundo. E aqui estamos nós, mais uma vez participando. Veja outras blogagens coletivas de que já participamos clicando aqui.

Sou apaixonada pela França e todo mundo sabe disso. Acho que em outra vida já fui francesa, já morei lá, sei lá, mas amo esse país que a cada viagem mais me surpreende. Logo, vou escrever sobre cinco castelos franceses que já visitei e um que fica no Sul do Brasil mas, infelizmente, está fechado para visitação.

Em 2015, fizemos uma roadtrip denominada Expedição Europa e incluímos nela uma passadinha rápida pelo Vale do Loire. Antes de chegarmos lá, visitamos o magnífico Fontainebleau, que fica perto da Disney Paris. É o maior dos castelos franceses, com 1900 cômodos, ricamente decorados. O parque foi criado por Henrique IV, tendo havido o desmatamento de 80 hectares da Floresta de Fontainebleau.

Aqui Napoleão Bonaparte assinou a sua abdicação. Há um museu sobre ele em seu interior. 


Galeria de Diana, atualmente uma biblioteca.

Dali seguimos para o Vale do Loire. Dormimos em Mur-de-Sologne, em uma Chambre D'Hôtes para facilitar o acesso aos demais castelos que pretendíamos visitar.


No dia seguinte, seguimos para o belíssimo Castelo de Chambord. Ele é igualmente enorme e tem um belo jardim. O tempo não estava muito bom e acabamos demorando mais do que o pretendido na estrada. Optamos por não visitar ele por dentro, porque temos por filosofia ou se paga o ingresso e se faz a visita com muita calma, ou nem se entra, porque esses ingressos são caros para não serem beeeeem aproveitados.




Tínhamos a ideia de visitar Cheverny, também, no mesmo dia. Mas mesmo para entrar no jardim havia que pagar o ingresso. E eu não abria mão de visitar Amboise, local onde Da Vinci está enterrado. Como sempre, preparei mais pontos de interesse para serem visitados do que cabia no dia. Logo, tínhamos que eleger prioridades. Nem entramos e seguimos para Amboise

Pegamos o final da tarde nesse interessante castelo, que não possui escadas, mas rampas para que os cavalos, em caso de ataque, pudessem ser igualmente protegidos. 


No dia seguinte, visitamos o encantador e surpreendente Clos-de-Lucé, onde Da Vinci viveu seus últimos anos. Aqui, sim, passamos uma boa parte da manhã, rendidos pela história desse impressionante pintor, escultor, inventor e tudo mais.



Chenonceau também era prioridade. Seja por ter sido construído sobre um rio, seja pela sua história. E valeu cada segundo que passei lá dentro.



Apesar de as distâncias não serem muito grande entre os castelos do Vale do Loire, as visitas são demoradas (em torno de 2h em cada um deles). Então, organize sua viagem contemplando no máximo dois castelos por dia. A estrada é asfaltada, mas perpassa diversas cidades pequenas, com muitos quebra-molas e semáforos, o que baixa a velocidade média de viagem. E no nosso caso, estava chovendo. Sabe como é, né: país estranho, carro estranho, estrada desconhecida, regras de trânsito diferentes e não querendo tomar nenhuma multa em euro (como não tomamos), tempo ruim e paisagem linda mesmo assim... Não queríamos tornar a nossa viagem um tormento. Então, elemos prioridades e curtimos cada minuto de tudo.

Para encerrar o post, apresento o Castelo de Pedras Altas, construído no interior do interior do RS, inspirado nos castelos franceses. Pertenceu a Assis Brasil e abriga a maior biblioteca particular da América do Sul. Está em fase de tombamento e catalogação dos bens e obras que o decoram. Tomara que um dia reabra para a visitação, porque vale a pena. Já estive nele várias vezes e quero poder levar minha filha lá.




Este é o melhor trajeto para se chegar lá:



E aí? Curtiu os castelos? Confere, então, as demais dicas de castelos pelo mundo nos blogues participantes: 




- Uma Viagem Diferente - Castel Sant’Angelo em Roma
- Destinos por onde andei... - 8 Castelos pelo Mundo que Valem a Pena Conhecer
- TripBaby - Castelos de Portugal    
- Trilhas e Cantos - 10 Castelos para Conhecer na Europa 
- Viagens de Mãe - A Suíça e seus castelos



domingo, 28 de maio de 2017

Retiro dos Carvalhos - Porto


Chegamos tarde em Porto. Mercado fechado. Decidimos sair para jantar. Recebemos várias dicas de restaurantes próximos ao apartamento, mas dispensamos todas elas quando ouvimos o fado e ele vinha de um beco.


Sim, nós nos olhamos e dobramos a esquina naquela direção. Descobrimos o Retiro dos Carvalhos, na Rua Estreita dos Loios, 10, um pequeno restaurante que tem apresentações de fado todos os domingos à noite (fado vadio). Era quinta-feira e o grupo estava 'só' ensaiando. E o ensaio era um show!






Fernando, o proprietário, nos recepcionou muito bem. Trouxe vinho do porto para degustarmos e um cardápio simples, mas de muita qualidade, para nos deliciarmos.


 A Andressa não quis arriscar e pediu um prato mais comum: carne, arroz e batatas. Eu, claro, já me atirei no primeiro prato de bacalhau que comeria na viagem, a um preço incrivelmente barato: 8 euros.


Bacalhau à Brás

Ouvimos o Fernando cantando fado, também. Ele, aliás, morou vários anos no Brasil.

Estes versos estão no cartão do Fernando. Mas não descobri o autor:

Passa o tempo, passam vidas
Passa a saudade já gasta
Passam lembranças vividas
Para as quais a memória não basta
Passam mil suspiros guardados
Num álbum de ilusão
Ao ver os retratos rasgados
Ao ver-me de joelhos no chão
Passam os ponteiros pelas horas
Sem de mim querer saber
Mas dizem-me que demora
O tempo de te poder ver...

Ouça a playlist de fados do Retiro dos Carvalhos aqui. São gravações de celular, mas dá para se ter noção mínima da qualidade do fado lá apresentado.

Gostamos tanto da 'tasquinha' que no sábado à noite, mesmo sem fado, voltamos lá para nos despedirmos do Porto.

Valeu, Fernando!





sexta-feira, 26 de maio de 2017

Uma casa para chamar de nossa em Porto


Aluguei o apartamento pelo Airbnb. O Jorge é um excelente host. Escolhi este estúdio por sua localização, decoração e preço. 

Quanto à localização, é perfeita. Na parte alta da cidade, perto da Torre dos Clérigos e, o que é melhor: a poucos passos da Estação de São Bento, conveniente para quem, como nós, tínhamos que carregar nossas próprias malas.

Google maps


O apartamento é bem decorado e possui itens básicos para quem está viajando. Toalhas de banho, cobertas, aquecimento, itens de cozinha. Perfeito para a estadia em Porto. Eu estava viajando com a minha irmã e iríamos passar em Porto apenas 3 noites. Então, não havia problemas de a cama ser de casal.



Na região há mercado, farmácias, lojas e restaurantes. Para nós, foi o local perfeito.

E o Jorge me passou muitas dicas de Porto. Foi sempre atencioso comigo, esclarecendo muitas dúvidas. Uma pena que não nos conhecemos pessoalmente, pois uma pessoa de sua confiança (Adriana) foi quem conduziu, de forma excelente, o check in e o check out.

Obrigada, Jorge!


domingo, 21 de maio de 2017

Porto - Portugal


Chegando em Lisboa no voo da KLM
Quando pensei nessa viagem, pensei em ir até Porto e de lá, de carro, ir a Santiago de Compostela, na Espanha. Pensei em visitar Guimarães, Braga e Aveiro e desbravar Porto. Quando o stopover em Amsterdã aconteceu (contei aqui), defini que ficaria em Porto apenas dois dias, o suficiente, pelo que havia lido, para conhecer o básico da cidade.

O voo saiu de Amsterdã e pousou em Lisboa no horário previsto. Do Aeroporto Portela, pegamos um taxi para a Estação Oriente, de onde parte o comboio para Porto. Compramos as passagens para o das 17h09min e pagamos 30,30 euros para cada uma de nós (estava com a minha irmã).


Apesar de na passagem falar em Campanhã, a principal estação de comboios de Porto, fomos com o mesmo bilhete até a Estação São Bento, que era perto do nosso apartamento. Trocamos de trem e de plataforma. Ao total, foram 3h de viagem.


A Estação São Bento é linda, cheia de azulejos tradicionais. É limpa e organizada.


Dali consegui contato com a pessoa que nos aguardava para nos entregar a chave do nosso apartamento, que ficava ali perto. Vou falar sobre ele no próximo post.

Porto originou-se de um povoado celta, na época pré-romana. Com o domínio romano, passou a se chamar Portus Cale, dando origem ao nome de Portugal.

Tornou-se mundialmente conhecida pela produção do Vinho do Porto, estilo licoroso, degustado ao final das refeições por ser considerado bastante digestivo. Em Porto, você pode degustá-lo frequentemente, especialmente após se deliciar com um bom bacalhau ou a típica francesinha, uma espécie de sanduíche.


O centro histórico foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1996. Porto também é conhecida pela sua Universidade pública, classificada entre as 200 melhores do mundo e entre as 100 melhores da Europa.

Para os amantes do futebol, o time do Porto (Futebol Clube Porto) está entre os melhores do país. Visitei a loja, que fica no Centro Histórico.



Nos próximos posts, vou contar um pouquinho do que fizemos por lá. Só posso adiantar que foram dois longos dias caminhando por seu centro histórico.

Até lá!













sexta-feira, 19 de maio de 2017

Cores e sabores da Holanda


Eu sei que eu terminei o post anterior com essa foto, mas não tem como não repeti-la aqui! Gente, vocês não estão entendendo, esse é o sabor típico da Holanda! É delicioso!

Na minha votação pessoal, o stroopwafel ficou em primeiro lugar. Ainda mais esse, quentinho e crocante de Zaanze Schans (sabe desenho animado que o cheiro persegue o personagem? igualzinho! Aquele cheirinho doce no ar... hummmm)


O chocolate de lá também é bom. Tão bom quanto o de Bruxelas. E esse chocolate quente cremoso, então...

Mas o que dizer desses pães recheados? Simplesmente deliciosos!


E a pessoa aqui que até poucos anos atrás não comia queijo, caiu de boca e provou todos os que viu pela frente! São T-O-D-O-S deliciosos! Tem um que tem trufa negra dentro... bah... inesquecível!




Sabe o que é bem legal? Você pode comprar pequenos potinhos com queijo para fazer aquele lanchinho esperto na hora que a fome apertar!


As cervejas da Delirium e da Echt também ganharam seu lugar no pódio! Todas maravilhosas! E o que dizer da de cereja? Bahhhh... só de lembrar, me enche a boca d'água!





 E o que falar das vitrines de macarons e de doces?! Impossível não comprar e provar! São deliciosos!



Quando eu viajo, economizo em tudo o que dá. Não vou a restaurantes caros, aliás, quase não vou a restaurantes. Mas quando bate aquela vontade de comer comida (sim, sei que vão me entender!), um prato de massa cai sempre bem, né? O problema desse aí da foto, foi o preço... 13 euros! Quase tive uma indigestão quando vi a conta... hahahahaha. Se estava bom, ao menos? Sim, estava!


Este é o tipo de post que você fica com fome quando termina ele, seja de escrever, seja de ler... acho que vou ali comer algo e já volto para escrever o próximo!

Até lá!



domingo, 14 de maio de 2017

Zaanze Schans - Amsterdã






Último dia em Amsterdã e uma decisão para tomar: Bruxelas ou Zaanze Schans. Pensa daqui, faz conta de lá, olha a previsão do tempo e... pimba: Zaanze Schans, mas perto, mais barato e com chuva nos pareceu ser a melhor opção.

E foi! Zaanze é lindinha, fica a 20Km de Amsterdã e a gente foi de ônibus de linha. Na Estação Central de Amsterdã, compramos a passagem (10 euros ida e volta) e subimos para a plataforma.



Logo na subida da escada tem um painel com os horários dos ônibus e o número da linha para lá: 391. Tem, também, um monitor em que indica qual a plataforma exata do ônibus (pode mudar).




São mais ou menos uns 40 minutos de viagem, muitas curvas e muitas paradas. A última estação é a Meethalte, que fica em frente ao Zaans Museum. É daqui que parte o ônibus para Amsterdã. Não tem como errar!




 Decidimos não visitar o museu e seguir para o vilarejo, que fica ao lado, logo após uma ponte. A chuva havia dado uma trégua e queríamos aproveitar ao máximo o local.




Zaanze, para mim, não passa de uma cidade cenográfica, construída para atrair turistas. Ninguém mora ali. A cidade 'de verdade' fica do outro lado do Rio De Zaan, que nós fomos conhecer também. Aliás, rica cidadezinha, pontilhada de casas verdes!


Mas a história conta que por volta de 1600 foram instalados os primeiros moinhos na região, graças aos bons ventos ali existentes. Inicialmente, os ventos eram utilizados para drenar a água, já que toda a área se encontra abaixo do nível do mar. Mas, mais tarde, passaram a ser usados para a produção industrial, processando cevada, arroz, papel, madeira, óleo, mostarda, tabaco, cânhamo e muitos outros produtos. Eram mais de 1000 moinhos na região. A partir de 1850 esse trabalho passou a ser realizado por máquinas a vapor, restando apenas 13 moinhos como monumento de empresa e engenho.



 



No primeiro moinho, conhecemos mais sobre os chocolates holandeses, preparamos nosso próprio chocolate quente e nos deliciamos. Sim, os chocolates de lá são ótimos!


No segundo moinho, visitamos uma fábrica de pigmentos, o Verfmolen De Kat (Moinho de tinta O Gato). Este moinho foi construído por G. Husslage, em 1959, utilizando-se peças de 1780. Talvez este seja o único moinho de vento para a produção de pigmentos existente no mundo.





A matéria-prima (madeiras, pedras, etc.) chega ao moinho e é lascada. Após, as lascas são reduzidas a pó pelas mós de canto giratórias de 5 a 7 toneladas cada. O pó é peneirado e armazenados em barris para serem comercializados. Para o uso do pigmento, é preciso misturar o pó ao óleo, obtendo-se a tinta.

Engrenagem que fica na parte alta do moinho, próximo às pás externas

Trata-se de um moinho de vento do tipo holandês em que somente a cúpula com os braços é que é posta ao vento, por meio de uma roda por baixo da viga da cauda. O movimento giratório horizontal dos braços é convertido em vertical pela roda superior e a roda horizontal superior para impulsionar o engenho na parte inferior do moinho. Na roda superior encontra-se o freio da roda, feito de madeira, que serve para travar o moinho.



Da parte superior, a vista do local é esplêndida! Percebe-se que o terreno é muito plano mesmo e possui produção agrícola.



Dali seguimos procurando um lugar para almoçar. O restaurante que tem é bastante caro. Seguimos buscando uma opção mais em conta, perseguidas por um cheiro doce delicioso...



O local é lindo, totalmente fotogênico para onde quer que se olhe. Vale a pena visitar? Vale! Mas no meu sentir, uma vez e está visto! E em meio dia dá para fazer tudo.



Do outro lado do rio, a cidade de verdade. As casas estão construídas nas margens do rio, não é possível vê-lo do lado de cá. Mas o que me chamou a atenção foi essa 'casinha' cheia de livros. Não trouxe um porque não sabia se tinha que deixar outro em troca, mas fiquei vários minutos examinando os exemplares que ali estavam disponíveis. Achei muito interessante essa cultura de troca.


Não encontramos o que comer e decidimos voltar para Zaanze. Lá chegando, fomos direto para a queijaria. Aprendemos sobre o preparo dos deliciosos queijos holandeses e degustamos muitos deles.



Há uma pequena lanchonete dentro, com opções simples, mas saborosas. Optamos por um sanduíche simples, recheado com aqueles queijos maravilhosos e saímos para comer com essa vista.


Depois seguimos para a fábrica dos sapatos de madeira, uma tradição local. Na entrada, uma exposição com diversos tipos de sapatos, inclusive protótipos de havaianas, de esqui e de patins. Vimos como eles são feitos e nos encantamos com o gatinho deitado na cesta ao lado do caixa.














A chuva, que ia e vinha, fez com que nós decidíssemos voltar para Amsterdã. Mas aquele cheiro doce ainda aguçava a nossa curiosidade. Andamos até que encontramos de onde vinha: da fábrica de Stroopwafels. Pensa numa coisa boa, mas pensa... e multiplica! Quentinho, crocante, huuuuummmmmmmmm... até hoje sinto o gosto dele na boca. Tá, eu sei que aqui no Brasil também tem, mas nem se compara com esse daí da foto recém saído do forno... Ah, que saudades!


E assim acabou a nossa visita a Zaanze Schans! Voltamos para Amsterdã para arrumar as mochilas e seguir para o Porto no dia seguinte.

Vamos junto?